Politica

Casagrande foi demitido da Globo. Por insistir em misturar política com futebol. ‘Alívio para os dois lados’, resume o comentarista

“Vim aqui para comunicar que, depois de 25 anos de TV Globo, seis Copas do Mundo, cinco finais, incluindo a de 2002, com dois gols do Ronaldo, três Olimpíadas e diversas finais de campeonatos por aí, meu ciclo acabou. Estou saindo da TV Globo hoje. Não faço mais parte do grupo de esportes da TV e vou seguir minha estrada. Na realidade, acho que foi um alívio para os dois lados. Um beijo a todos.”

(Versão de Walter Casagrande Júnior)

“Como jogador, Walter Casagrande Júnior escreveu uma história importante dentro de campo: ídolo do Corinthians, onde foi protagonista da Democracia Corintiana, teve passagem pelo futebol europeu e também defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1986. Fora dos gramados, a trajetória foi também de sucesso. Há 25 anos ele exerce a função de comentarista, 24 deles na Globo. Um período marcado por grandes momentos, conquistas, emoções, superação e pela autenticidade, uma de suas marcas registradas. Em comum acordo, a parceria entre Globo e Casagrande chega ao fim, mas suas análises estarão para sempre marcadas no almanaque das transmissões de futebol da televisão brasileira.”

(Versão da TV Globo)

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Entre essas duas versões, há uma questão básica que não foi levada a público.

O motivo. Pessoas ligadas à emissora carioca deixam claro que o ex-jogador e comentarista estava falando muito mais de política do que de futebol.

E a alta cúpula da Globo não queria mais manifestações que saíssem da esfera do esporte. A recomendação já era antiga.

Mas Casagrande não recuava.

A emissora acabou de lançar um documentário sobre a vida de Casagrande. Demissão não estava nos planos
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Pelo contrário. Com a proximidade das eleições presidenciais, ele vinha aumentando até a intensidade de suas palavras.

Seu contrato com a Globo iria vencer em dezembro, logo após a Copa.

Há uma ala na emissora que o considerava imprescindível, ainda mais com a anunciada saída de Galvão Bueno, após o Mundial do Catar.

Tanto é assim que o grupo Globo acabou de pôr no ar uma série que conta a vida do ex-jogador do Corinthians e da seleção brasileira. Com ênfase na sua luta contra a dependência química, que acabou até com internação.

Mas ficou claro que Casagrande decidiu não recuar.

Seguiria se posicionando politicamente, independentemente das ordens, não mais recomendações, da cúpula da emissora.

Daí, a antecipação da rescisão do contrato.

Ou seja, demissão.

A Globo perde seu melhor comentarista.

Casagrande promete que vai continuar a trabalhar…

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