A segurança e o gerenciamento de barragens têm ganhado cada vez mais destaque no cenário jurídico e ambiental brasileiro. Conforme Carlos Alberto Arges Junior, advogado especialista, tragédias envolvendo rompimentos de barragens nas últimas décadas expuseram falhas graves no sistema de controle e fiscalização. Tais eventos não só causaram perdas humanas e ambientais irreparáveis, como também evidenciaram a urgência de atualizar e reforçar as normas regulatórias do setor.
Em resposta a esse cenário crítico, o Brasil vem adotando medidas legislativas mais rígidas, com foco na prevenção e na responsabilização. A Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) é o principal instrumento normativo que orienta essas mudanças. A seguir, entenda como essa legislação funciona, quais são os deveres dos envolvidos e quais estratégias podem evitar novos acidentes.
O que estabelece a legislação brasileira sobre barragens?
A Lei nº 12.334/2010 é o marco regulatório da segurança de barragens no Brasil. Ela criou a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), que determina as diretrizes para construção, operação e monitoramento de estruturas utilizadas para contenção de água, rejeitos ou resíduos industriais. A norma visa preservar vidas, o meio ambiente e o patrimônio público e privado.

Segundo Carlos Alberto Arges Junior, a lei exige que todas as barragens sejam classificadas com base em critérios técnicos, como o Potencial de Dano Associado (PDA) e o risco estrutural. Com base nessa classificação, define-se a intensidade das medidas de segurança necessárias. Além disso, o empreendedor é obrigado a elaborar dois documentos essenciais: o Plano de Segurança da Barragem (PSB) e o Plano de Ação de Emergência (PAE), que estabelecem protocolos em caso de falhas.
Quais são as responsabilidades dos envolvidos?
O principal responsável pela segurança da barragem é o empreendedor, ou seja, a empresa ou órgão que a administra. Cabe a ele adotar medidas de prevenção, garantir a estabilidade da estrutura e contratar profissionais capacitados para realizar inspeções e elaborar os planos exigidos por lei. A manutenção periódica e o monitoramento constante são obrigações inegociáveis.
O Dr. Carlos Alberto Arges Junior destaca ainda o papel essencial das agências fiscalizadoras, como a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e a ANM (Agência Nacional de Mineração). Esses órgãos têm autoridade para realizar vistorias, exigir adequações, aplicar sanções e até interditar barragens que representem riscos. A atuação firme e técnica dessas entidades é vital para garantir a aplicação da legislação e evitar novos desastres.
Como prevenir acidentes e melhorar a segurança?
A prevenção de acidentes com barragens exige ações coordenadas entre empresas, poder público e profissionais técnicos. Uma das estratégias mais eficazes é o uso de tecnologias avançadas, como sensores automáticos, drones e softwares de monitoramento, que ajudam a identificar falhas estruturais em tempo real. Isso permite agir antes que pequenas instabilidades se tornem grandes ameaças.
Além disso, o Dr. Carlos Alberto Arges Junior ressalta a importância de capacitar continuamente as equipes envolvidas na operação das barragens. Treinamentos, simulações de emergência e atualizações técnicas garantem maior prontidão diante de riscos. A manutenção preventiva também se mostra fundamental: ao evitar o acúmulo de problemas, reduz-se significativamente o risco de rompimentos e os custos com ações corretivas.
Em suma, a modernização das normas e o fortalecimento da fiscalização sobre barragens no Brasil representam um avanço fundamental para a segurança ambiental e da população. Entretanto, a efetividade dessas medidas depende do compromisso dos empreendedores com a legalidade e a transparência, bem como da atuação firme dos órgãos reguladores. Para o Dr. Carlos Alberto Arges Junior, investir em segurança é mais do que uma exigência legal — é um dever ético e estratégico.
Instagram: @argesearges
LinkedIn: Carlos Alberto Arges Junior
Site: argesadvogados.com.br
Autor: Nilokole Zakharova