Atual técnico do Genoa, que entra em campo nesta sexta-feira (15), às 16h45 (de Brasília), para encarar a Juventus pelo Campeonato Italiano, com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+, Alberto Gilardino marcou época nos gramados da Itália. Dentro de campo, muitos gols; fora dele, um aspecto reservado que destoava das demais estrelas que passaram pela “Terra da Bota”.
Quando ainda atuava – Gilardino é o 11º maior artilheiro da liga italiana com 198 gols –, o astro recusava os embates de PlayStation com os companheiros de equipe para assistir a debates políticos na emissora RAI e dialogar com a esposa.
“Eu sigo os debates com atenção. Tenho minhas próprias ideias sobre tudo e discuto com a minha esposa”, disse o ex-centroavante em uma entrevista à jornalista Gabriella Greison, no Pubblico.
O posicionamento de Gilardino também vai na contramão dos demais jogadores, que evitam falar publicamente sobre temas como o preconceito. Abertamente, o ex-atacante já se colocou como ativista na luta contra a homofobia.
“Chegou o momento de colocar fim ao tabu [de homossexuais no futebol]. Declarar-se deve ser uma coisa normal: sem clamor, sem manchetes, tudo normal, entende o que eu quero dizer? Mas nos vestiários não se fala dessas coisas… e nem a questão é tão óbvia. Deve haver mais liberdade, ainda que seja no futebol”, disse na mesma em entrevista ao Pubblico.
Sonho de infância de jogar na Juventus nunca foi realizado
Nascido na província de Biella, na região de Piemonte, Gilardino é declarado torcedor da Juventus. No entanto, com passagens por times importantes como Milan, Parma e Fiorentina, o antigo artilheiro jamais teve a oportunidade de vestir a camisa do time do coração.
“Dormia com a camisa da Juve. Lembro-me que o meu pai, Gianfranco, me levou pela primeira vez ao Delle Alpi [antigo estádio da Juventus] para ver a final da Copa Uefa contra o Borussia Dortmund. O time tinha [Roberto] Baggio e [Gianluca] Vialli. Eu gostava muito do Vialli porque era um atacante fortíssimo. Dizem que me pareço com Pippo Inzaghi, mas não sei se é verdade”, disse uma vez em entrevista à Gazzetta dello Sport.
Ironia do destino ou não, Gilardino foi companheiro de Inzaghi no Milan, quando os dois disputavam posição no time dirigido por Carlo Ancelotti. Juntos (não necessariamente em campo), foram campeões da Champions League na temporada 2006/07, o último título europeu do clube, em uma campanha que consagrou Kaká como melhor jogador do mundo.
Com duas Copas do Mundo disputadas, Gilardino investiu na carreira de treinador após pendurar as chuteiras. Em 2022-23, chegou ao Genoa, clube que foi jogador, e ajudou a equipe a retornar à primeira divisão italiana.
Na atual temporada, tem quatro vitórias, três empates e oito derrotas em 15 jogos da Serie A. O Genoa ocupa a 15ª posição com 15 pontos conquistados e vai tentar uma reação contra a equipe de infância de seu treinador.