Como comenta a Dra. Thaline Neves, quando um bebê não cresce como o esperado durante a gestação, uma das principais causas pode estar relacionada à restrição de crescimento intrauterino (RCIU), um quadro que preocupa médicos e famílias. Esse tipo de condição exige atenção médica especializada desde o diagnóstico até o acompanhamento pré-natal.
Pois, o crescimento abaixo do esperado pode indicar riscos à saúde fetal e, por isso, deve ser investigado com cautela. Pensando nisso, ao longo deste artigo, você vai entender o que é a restrição de crescimento intrauterino, quais são seus principais fatores de risco, como o diagnóstico é realizado e quais são as condutas médicas geralmente adotadas para proteger a saúde da mãe e do bebê.
O que é a restrição de crescimento intrauterino e como ela é identificada?
A restrição de crescimento intrauterino ocorre quando o bebê não atinge o potencial de crescimento esperado para sua idade gestacional. De acordo com Thaline Neves, essa condição pode ser identificada ainda durante os exames de rotina do pré-natal, principalmente por meio da ultrassonografia.

Durante o acompanhamento, os profissionais de saúde comparam o peso fetal estimado com os parâmetros de referência para a idade gestacional. Assim, se o bebê estiver abaixo do percentil 10, há suspeita de RCIU. No entanto, é fundamental diferenciar entre um bebê pequeno saudável e um que realmente está sofrendo restrições de crescimento. Além do tamanho fetal, outros sinais como a redução do líquido amniótico ou alterações no fluxo sanguíneo do cordão umbilical também podem reforçar o diagnóstico.
Os fatores que podem levar à restrição de crescimento intrauterino
Diversas condições podem comprometer o desenvolvimento fetal. Conforme destaca a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, a maioria dos casos está associada a fatores maternos, placentários ou fetais. Isto posto, entre os fatores mais relevantes, destacam-se:
- Doenças maternas crônicas: hipertensão, diabetes, doenças autoimunes e problemas renais podem afetar a nutrição e oxigenação do feto.
- Alterações placentárias: insuficiência placentária, descolamento prematuro ou má formação da placenta podem limitar o fornecimento de nutrientes ao bebê.
- Infecções durante a gravidez: citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis estão entre as infecções que podem interferir no crescimento fetal.
- Hábitos e condições de risco: uso de álcool, cigarro, drogas ilícitas e desnutrição materna também estão entre os principais agravantes.
- Problemas genéticos ou malformações fetais: em alguns casos, o crescimento restrito pode ser consequência de alterações genéticas no próprio feto.
Cada um desses fatores deve ser analisado individualmente. A abordagem adequada depende da origem da restrição e da resposta do bebê ao acompanhamento clínico.
Quais exames são usados para acompanhar a restrição de crescimento intrauterino?
A investigação da RCIU exige um conjunto de exames específicos, que auxiliam na confirmação do diagnóstico e no acompanhamento da evolução fetal. Segundo a Dra. Thaline Neves, a combinação de métodos de imagem e testes clínicos proporciona uma visão mais precisa do quadro. Esses exames incluem:
- Ultrassonografia obstétrica com estimativa de peso fetal: identifica se o bebê está abaixo dos padrões esperados.
- Dopplervelocimetria fetal e uterina: avalia a circulação sanguínea entre o útero, a placenta e o bebê.
- Cardiotocografia: analisa a frequência cardíaca fetal e possíveis alterações.
- Exames laboratoriais maternos: ajudam a investigar infecções e condições sistêmicas que podem prejudicar o feto.
Esses recursos permitem que os profissionais adotem condutas médicas baseadas em evidências, promovendo maior segurança para a gestação.
Como lidar com o diagnóstico e garantir o melhor desfecho?
Receber o diagnóstico de restrição de crescimento intrauterino pode ser angustiante, mas com o suporte médico adequado é possível conduzir a gestação com segurança, como enfatiza Thaline Neves. Desse modo, é essencial que a gestante mantenha o vínculo com a equipe obstétrica e siga todas as orientações.
Assim sendo, a confiança no acompanhamento profissional, o cuidado com a alimentação, o repouso quando indicado e o monitoramento constante ajudam a evitar complicações maiores. Inclusive, muitas vezes, mesmo com crescimento restrito, o bebê pode nascer com boas condições de saúde, especialmente quando a decisão sobre o parto é tomada no momento certo.
O acompanhamento contínuo e especializado é vital quando o bebê não cresce como o esperado
Em última análise, a restrição de crescimento intrauterino é uma condição delicada, mas que pode ser bem manejada com acompanhamento especializado. Isto posto, identificar precocemente os sinais e compreender os fatores de risco são passos fundamentais para proteger a saúde do bebê. Portanto, com condutas bem definidas, uso adequado de exames e atenção contínua, é possível oferecer segurança à gestante e garantir o melhor desfecho possível para a gestação.
Autor: Nilokole Zakharova