Para o conhecedor Mauricio Cerginer, o teletrabalho, que se popularizou durante a pandemia de COVID-19, trouxe mudanças significativas em diversas áreas da economia, incluindo o mercado imobiliário. O home office deixou de ser uma tendência temporária e se consolidou como uma opção permanente para muitas empresas e profissionais. Esse novo cenário tem gerado reflexos diretos na demanda por imóveis em Portugal, com novas necessidades surgindo para quem busca um local ideal para trabalhar e viver.
Como o teletrabalho está impactando o mercado imobiliário português e quais são as tendências mais evidentes?
Como o teletrabalho está afetando a demanda por imóveis em Portugal?
Com a popularização do teletrabalho, muitas pessoas começaram a reconsiderar suas escolhas de moradia. Ao perceberem que não precisam mais trabalhar todos os dias no escritório, elas passaram a valorizar mais o conforto e a funcionalidade dos imóveis onde vivem, criando uma demanda maior por casas maiores, com espaço para escritório. Regiões periféricas e zonas rurais, antes menos procuradas, começaram a ganhar destaque, pois oferecem mais espaço e qualidade de vida, com preços mais acessíveis.
As cidades como Lisboa e Porto, antes os principais polos de demanda imobiliária, também passaram a ser impactadas por esse fenômeno. Como Maurício Cerginer comenta, a busca por imóveis em bairros mais tranquilos e com mais opções de lazer e natureza tem crescido, com muitos profissionais buscando um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Assim, o teletrabalho modificou não apenas as preferências dos consumidores, mas também a dinâmica do mercado imobiliário nas grandes cidades.
Quais tipos de imóveis estão mais em alta no mercado?
Com a ascensão do teletrabalho, os imóveis com maior espaço, como apartamentos maiores ou casas com ambientes adequados para o home office, passaram a ser mais procurados. De acordo com Maurício Cerginer, a necessidade de um escritório em casa, bem como de ambientes tranquilos para videoconferências, levou a um aumento na demanda por imóveis com mais quartos ou com espaços multiusos, como salas de estar que podem ser adaptadas para o trabalho.
Além disso, o conceito de “imóvel híbrido” tem ganhado força, com opções que oferecem estrutura tanto para morar quanto para trabalhar. Muitos imóveis, especialmente em áreas suburbanas e em cidades menores, passaram a contar com facilidades como internet de alta velocidade e espaço para escritórios, atraindo profissionais que não dependem da proximidade com o centro das grandes cidades. Isso levou a uma valorização de certos tipos de imóveis que antes eram menos procurados.
Quais são as perspectivas para o mercado imobiliário em Portugal com a continuidade do teletrabalho?
As perspectivas para o mercado imobiliário português nos próximos anos indicam que as mudanças causadas pelo teletrabalho podem ser duradouras. A procura por imóveis fora dos centros urbanos deve continuar a crescer, impulsionada pela busca por mais qualidade de vida e por preços mais acessíveis. Isso pode provocar uma reconfiguração da paisagem imobiliária, com maior valorização de áreas menos densas e uma maior diversificação de oferta.
Ademais, o teletrabalho tem levado muitas empresas a repensar seus modelos de escritórios, o que pode impactar o mercado de imóveis comerciais. Como Maurício Cerginer sugere, com a adoção do trabalho híbrido, muitas empresas estão reduzindo ou reformulando seus espaços corporativos, o que pode gerar um aumento na oferta de imóveis comerciais em áreas antes muito concorridas, alterando o equilíbrio entre os mercados residencial e comercial.
Conclui-se assim que o impacto do teletrabalho no mercado imobiliário de Portugal tem sido profundo e duradouro, refletindo mudanças nas preferências dos consumidores e nas dinâmicas das grandes cidades. Como o entendedor Maurício Cerginer indica, a crescente valorização de imóveis maiores e mais adaptáveis, bem como o interesse por áreas suburbanas e rurais, promete transformar o mercado no longo prazo.