Identificar autismo infantil cedo faz toda a diferença para o desenvolvimento. Segundo Alexandre Costa Pedrosa, reconhecer sinais discretos e buscar avaliação especializada em tempo oportuno amplia as chances de intervenções eficazes e personalizadas. Embora cada criança tenha seu próprio ritmo, alguns comportamentos recorrentes, quando persistentes e em conjunto, merecem observação cuidadosa. Essa atenção precoce permite que pais, cuidadores e educadores construam um ambiente de estímulo adequado.
Este guia apresenta indícios sutis, sem alarmismo, para apoiar famílias e escolas na tomada de decisão com base em evidências e em práticas humanizadas.
Autismo infantil: Sinais sutis no cotidiano
Em casa, pequenas pistas podem surgir nas rotinas mais simples. Crianças que evitam contato visual com frequência, demoram a responder ao nome ou preferem brincar sozinhas podem estar mostrando indícios de autismo infantil. É comum que apresentem fascínio por objetos giratórios, padrões ou luzes, além de maior sensibilidade a ruídos, cheiros ou texturas. A repetição de movimentos também pode aparecer, sobretudo em momentos de ansiedade, cansaço ou excesso de estímulos.
No ambiente escolar, os sinais se mostram de outras formas. A criança pode ter dificuldades de seguir instruções em sequência, alternar atividades ou lidar com mudanças inesperadas na rotina. De acordo com Alexandre Costa Pedrosa, professores atentos percebem indicadores precoces ao observar a participação em roda de conversa, o interesse por jogos compartilhados e a capacidade de esperar a vez. Hiperfoco em temas específicos e resistência a transições entre tarefas também são pistas valiosas.
Comunicação, brincadeiras e interação
A comunicação é um campo sensível para notar sutilezas. Algumas crianças demoram a desenvolver gestos comunicativos, como apontar para compartilhar interesse, ou usam poucas expressões faciais. Outras podem apresentar fala desenvolvida, mas com entonação monótona, ecolalia (repetição de palavras) ou dificuldade para sustentar diálogos recíprocos. Como frisa Alexandre Costa Pedrosa, é essencial avaliar não apenas o “quanto” a criança fala, mas “como” a linguagem é usada para interagir e narrar experiências.

Nas brincadeiras, observe a funcionalidade e a imaginação. Crianças podem alinhar carrinhos por cor ou tamanho, mas não “fazer de conta” que estão dirigindo; podem empilhar blocos com perfeição, sem criar histórias. A interação social, por sua vez, pode mostrar dificuldade para iniciar aproximações, compreender regras de jogos coletivos ou interpretar expressões faciais e gestos dos colegas. Pais e educadores devem registrar episódios representativos para embasar a conversa com especialistas.
Rotinas, sensorial e comportamento adaptativo
Rotinas previsíveis costumam trazer segurança; no autismo infantil, mudanças bruscas podem desencadear irritação, choro ou retraimento. Isso não significa teimosia: trata-se, muitas vezes, de uma estratégia para reorganizar estímulos e manter o controle do ambiente. Assim como destaca Alexandre Costa Pedrosa, adaptar o cotidiano com antecedentes claros (avisos prévios, quadros visuais, contagem regressiva) reduz o estresse e melhora a participação da criança nas atividades.
A percepção sensorial também merece atenção. Algumas crianças reagem intensamente a etiquetas de roupas, cheiros de produtos de limpeza, barulho de aspirador ou luz muito forte; outras buscam estímulos, como apertos firmes ou movimentos giratórios. Testar gradualmente alternativas, fones abafadores de ruído, iluminação indireta, cantinho de regulação, pode transformar a experiência em casa e na escola. O comportamento adaptativo revela necessidades que podem ser atendidas com metas realistas.
Próximos passos para uma avaliação responsável
Em resumo, se múltiplos sinais sutis persistirem por pelo menos algumas semanas, o caminho recomendado é procurar uma equipe experiente em desenvolvimento infantil. O diagnóstico do autismo infantil é clínico e multiprofissional, considerando história, observação e instrumentos padronizados. Conforme Alexandre Costa Pedrosa, avaliações responsáveis priorizam a criança, respeitam seu ritmo e devolvem resultados com linguagem clara, orientando família e escola sobre intervenções práticas.
Autor: Nilokole Zakharova
