Brasil

“É alarmante”, diz especialista sobre apostas esportivas

Convidado Emanuel Macedo de Medeiros, neste último domingo, 17, CEO Global da SIGA, vê com preocupação o crescimento do mercado de apostas no esporte.

O português fez questão de deixar claro que as “Bets” são importantíssimas para o mercado, mas que se feitas em excesso, pode ter efeitos negativos.

“A situação é alarmante. O mesmo veio a dizer o ministro do esporte da Itália, Andrea Abodi, que há de fato uma crise de adição ao jogo, que afeta os jogadores do mais alto nível”, disse.

CEO da SIGA, Emanuel é uma das principais autoridades mundiais no que se refere à integridade e boas práticas de governança. Nesta semana, a entidade assinou um termo de cooperação com a CBF.

“As apostas esportivas devem ser oferecidas e existir em um quadro de realidade. Nós não podemos citar situações nebulosas de empresas que estão domiciliadas em paraísos fiscais, em jurisdições completamente opacas, sem qualquer governança, sem integridade, sem qualquer transparência. Nós não podemos permitir que o futebol no Brasil ou em qualquer outro país seja permeável a infiltrações de organizações obscuras, organizações que não são lícitas“, disse Emanuel, especialista em integridade no esporte.

Na última terça-feira, 12, o Senado Federal criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias e suspeitas de manipulação de resultados nos jogos de futebol. A CPI das Apostas Esportivas foi solicitada pelo senador Romário (PL-RJ).

No fim do ano passado, o presidente promulgou uma lei que passou a regular o mercado de apostas esportivas online no Brasil. A lei tributa empresas e apostadores, além de definir regras para a utilização do serviço.

Apostas esportivas no futebol
A urgência de discutir a regulamentação se deu após diversos casos de manipulação de resultados envolvendo jogadores de futebol explodirem. A Operação Penalidade Máxima, iniciada pelo Ministério Público de Goiás, investigava atletas e clubes após suspeitas de organizações criminosas que aliciavam jogadores para que interferissem em resultados de partidas.

Foram iniciadas investigações em jogos nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro, causando o afastamento e banimento de diversos atletas.

“É preciso legislar que tipos de apostas podem ser oferecidas, porque algumas apostas pela sua natureza são atentatórias à dignidade e à integridade do esporte. Mas é preciso legislar pela reputação dos atletas, inclusive dos mais vulneráveis, os mais jovens, e isso não está sendo feito”, comentou o CEO da SIGA.

Sobre a SIGA
“Sports Integrity Global Alliance”, na tradução para o português, “Aliança Global de integridade no Esporte”, é uma organização mundial que promove a integridade esportiva. A SIGA fornece classificação e certificação independente para o esporte, para garantir que ele seja governado e opere de acordo com os padrões de integridade.

A instituição foi criada em 2015, numa parceria internacional público privada, composta por organizações esportivas, governos, ONGS anti-corrupção, organizações intergovernamentais e parceiros comerciais.

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